quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A polémica da Ponte da Arrábida - Petição

Um grupo de engenheiros lançou ontem, sexta-feira, uma petição para classificar com urgência a ponte da Arrábida como monumento nacional. Um dos principais objectivos é travar a construção de um prédio de nove pisos nos terrenos junto à "obra-prima" de Edgar Cardoso.

O pedido de classificação preparado por Manuel de Matos Fernandes, director do departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), foi entregue na Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN) a 2 de Agosto. Além da ponte, que faz 50 anos no próximo dia 22 de Junho, a proposta inclui também a casa da ponte, edifício sobre o rio Douro que serviu de escritório à equipa de Edgar Cardoso e que agora funciona como restaurante.

"Teve um parecer favorável bastante entusiástico", referiu Matos Fernandes, numa conferência de Imprensa onde participaram, entre outros, Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, e Luís Braga da Cruz, ex-ministro da Economia.

No dia 9 de Novembro, a DRCN endereçou uma proposta para abertura do procedimento de classificação ao presidente do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (IGESPAR). O processo está em apreciação.

Com a classificação da ponte da Arrábida como monumento nacional, os subscritores da proposta pretendem preservar uma "obra marcante ao nível da engenharia" e um dos "símbolos mais poderosos da cidade". Mas querem, sobretudo, defender a estrutura das agressões naturais - a classificação responsabiliza o Estado na sua manutenção - e protegê-la de agressões da envolvente, sejam prédios ou novos atravessamentos do rio Douro.

A preocupação do momento é a construção de um prédio com cerca de 30 metros de altura, na marginal do Porto, a escassos metros das escadas que dão acesso ao elevador desactivado da ponte. O processo está em fase de licenciamento na Câmara do Porto.

Com base no processo, o Departamento de Informática da FEUP fez uma simulação virtual da implantação do edifício. "Este estudo reforçou a nossa preocupação e o carácter de urgência da classificação. O IGESPAR deveria apreciar os previsíveis impactos deste edifício", defendeu Matos Fernandes. O trabalho foi entregue ao vereador do Urbanismo da Câmara do Porto.

A petição está acessível no site da Ordem dos Engenheiros. O director da FEUP, Sebastião Feyo de Azevedo, foi o primeiro subscritor.

A Câmara do Porto argumenta que ainda conseguiu negociar com o construtor a redução do volume de construção e uma distância maior da ponte. E alega que a fotomontagem pretende chocar quem vê a imagem.

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Imagem da construção da Ponte da Arrábida:










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