Subempreiteiro arranca calçada como protesto em Beja
Cada vez mais há casos de trabalhos de construção realizados que não são pagos, o que deixa muitas empresas com a corda no pescoço e muitos trabalhadores à beira do desemprego. Perante situações deste género o tipo de reacções diverge. No caso que apresentamos a seguir mostramos o que pode acontecer quando se decide contratar um serviço e não paga-lo...
Um subempreiteiro arrancou parte da calçada que tinha colocado num passeio, numa aldeia perto de Beja, em protesto contra a falta de pagamento do trabalho, disse hoje o próprio, que agora vai aguardar mais alguns dias pelo dinheiro.
"Fui buscar as pedras que não consegui pagar ao fornecedor, porque também ainda não me pagaram a mim os cerca de 22 mil euros que me devem", justificou à Agência Lusa Roosevelt Fernandes, da empresa Romocalçadas.
Em causa estão as obras de requalificação da Avenida 25 de Abril, na aldeia de Salvada, sede de uma das freguesias de Beja, adjudicadas pela câmara municipal à Aquino Construções S.A., que subcontratou a Romocalçadas.
Segundo Roosevelt Fernandes, a Aquino Construções, que se encontra actualmente "em processo de insolvência", não lhe pagou o trabalho efectuado porque, frisou, também esta empresa "não foi paga pela câmara" de Beja.
"Nem eles receberam o dinheiro, nem a Romocalçada recebeu o dinheiro em dívida. O administrador judicial responsável pela insolvência da Aquino Construções vai entrar esta semana na empresa e só depois é que me podem passar um cheque ou dar uma resposta", acrescentou.
O subempreiteiro, com mais dois trabalhadores, apresentou-se sábado passado na Salvada e, com picaretas, arrancou uma parte da calçada que já tinha colocado "há cerca de oito meses atrás", em protesto contra a falta de pagamento.
O presidente da Junta de Freguesia de Salvada, Sérgio Engana (CDU), explicou hoje à Lusa que foi alertado para a situação, no sábado, por vários moradores da terra, que assistiam à retirada da calçada.
"Foi uma situação insólita e despertou a curiosidade das pessoas. Eu desloquei-me logo ao local para tentar dissuadir o subempreiteiro e fiz alguns telefonemas que permitiram a suspensão dos trabalhos de remoção da calçada", contou.
Lembrando que a empreitada de requalificação da avenida foi uma obra lançada pelo anterior executivo camarário, de maioria CDU, e iniciada em Outubro de 2009, o autarca dirigiu críticas ao actual executivo do município, liderado pelo PS.
"Alteraram o projecto, foram anunciando prazos sucessivos para a empreitada terminar, que nunca se concretizaram, e o que é certo é que a obra está por terminar", acusou.
Sérgio Engana disse ainda já ter, formalmente, comunicado à câmara municipal o que aconteceu no sábado, aguardando agora uma resposta, até porque, alertou, "o subempreiteiro disse que, se não lhe pagassem, voltaria para arrancar o resto da calçada".
Contactado pela Lusa, o município de Beja, de gestão socialista, recusou comentar o caso, enquanto a Aquino Construções confirmou estar em insolvência e não se encontrarem responsáveis na empresa para prestar esclarecimentos.
Fonte: Económico
Um subempreiteiro arrancou parte da calçada que tinha colocado num passeio, numa aldeia perto de Beja, em protesto contra a falta de pagamento do trabalho, disse hoje o próprio, que agora vai aguardar mais alguns dias pelo dinheiro.
"Fui buscar as pedras que não consegui pagar ao fornecedor, porque também ainda não me pagaram a mim os cerca de 22 mil euros que me devem", justificou à Agência Lusa Roosevelt Fernandes, da empresa Romocalçadas.
Em causa estão as obras de requalificação da Avenida 25 de Abril, na aldeia de Salvada, sede de uma das freguesias de Beja, adjudicadas pela câmara municipal à Aquino Construções S.A., que subcontratou a Romocalçadas.
Segundo Roosevelt Fernandes, a Aquino Construções, que se encontra actualmente "em processo de insolvência", não lhe pagou o trabalho efectuado porque, frisou, também esta empresa "não foi paga pela câmara" de Beja.
"Nem eles receberam o dinheiro, nem a Romocalçada recebeu o dinheiro em dívida. O administrador judicial responsável pela insolvência da Aquino Construções vai entrar esta semana na empresa e só depois é que me podem passar um cheque ou dar uma resposta", acrescentou.
O subempreiteiro, com mais dois trabalhadores, apresentou-se sábado passado na Salvada e, com picaretas, arrancou uma parte da calçada que já tinha colocado "há cerca de oito meses atrás", em protesto contra a falta de pagamento.
O presidente da Junta de Freguesia de Salvada, Sérgio Engana (CDU), explicou hoje à Lusa que foi alertado para a situação, no sábado, por vários moradores da terra, que assistiam à retirada da calçada.
"Foi uma situação insólita e despertou a curiosidade das pessoas. Eu desloquei-me logo ao local para tentar dissuadir o subempreiteiro e fiz alguns telefonemas que permitiram a suspensão dos trabalhos de remoção da calçada", contou.
Lembrando que a empreitada de requalificação da avenida foi uma obra lançada pelo anterior executivo camarário, de maioria CDU, e iniciada em Outubro de 2009, o autarca dirigiu críticas ao actual executivo do município, liderado pelo PS.
"Alteraram o projecto, foram anunciando prazos sucessivos para a empreitada terminar, que nunca se concretizaram, e o que é certo é que a obra está por terminar", acusou.
Sérgio Engana disse ainda já ter, formalmente, comunicado à câmara municipal o que aconteceu no sábado, aguardando agora uma resposta, até porque, alertou, "o subempreiteiro disse que, se não lhe pagassem, voltaria para arrancar o resto da calçada".
Contactado pela Lusa, o município de Beja, de gestão socialista, recusou comentar o caso, enquanto a Aquino Construções confirmou estar em insolvência e não se encontrarem responsáveis na empresa para prestar esclarecimentos.
Fonte: Económico
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