segunda-feira, 7 de maio de 2012

Londres 2012 - Energia nos Jogos Olímpicos

Vamos falar do uso eficiente da energia nos Jogos Olímpicos e Jogos Para-Olímpicos. Para providenciar a força necessária temos o Olympic Park Energy Centre, o qual foi inaugurado no ano 2010, dois anos antes dos Jogos. É uma das maiores usinas de cogeração do Reino Unido, mas o que é cogeração? Cogeração ou CCHP - combined cooling, heat & power - significa que vai fornecer a força, o aquecimento, e a refrigeração, necessários para os Jogos. Acontece que muitas vezes ao gerar energia só um 35% do combustível é transformado em força, há um subproduto que é o calor, o qual é desperdiçado, pois é emitido ao meio ambiente, ainda que você não acredite.
Ao invés estes CCHP fornecem eletricidade, calor e refrigeração para diversos usos, sua eficiência pode ser bem maior: 86%. Este Energy Centre já é sustentável desde o pique, pois além da nova construção foi aproveitado um antigo moinho da época Victoriana, os Kings Yard Industrial Buildings, que podem ver na imagem seguinte.
Mas também é sustentável, pois é flexível, para permitir no futuro as novas tecnologias da energia ser empregadas no momento que surgirem. Esta usina inclui boilers que usam biomassa, neste caso são aparas de madeira (woodchip), e gás natural para gerar calor. Também há uma rede de linhas de 16 km saindo deste Energy Centre para fornecer água quente doméstica, e também aquecimento para as piscinas do Aquatics Centre e outras instalações.
Mas também temos outro Energy Centre, este construído em Stratford City, é também um CCHP. As duas usinas, vão servir ao futuro desenvolvimento urbano no Leste de Londres após os Jogos de 2012, pois estão já sendo planeados cinco novos bairros. Algo a salientar é a capacidade dos britânicos para planear seu futuro: na Segunda Guerra Mundial enquanto as bombas caiam sobre Londres, nos subterrâneos os técnicos estavam já desenvolvendo os planos para a reconstrução da cidade. E há poucos anos, assumindo que o nível do mar vai subir, eles estão planeando o deslocamento das povoações à beira-mar.

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Artigo escrito por Roberto Steneri, Arquitecto e Urbanista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-Brasil. Por convite escreveu um book review para o Journal of Latin American Geography da Universidade do Texas.










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