Pagar para trabalhar?
O país discute a situação dos enfermeiros contratados por 4 euros por hora, e a Ordem dos Enfermeiros já veio a público vincar a sua opinião. No que diz respeito aos engenheiros civis e aos arquitectos as suas Ordens, a dos Engenheiros, a dos Engenheiros Técnicos e a dos Arquitectos, continuam em silêncio, não saindo da sua zona de conforto, e deixando que o estatuto profissional dos referidos se afunde, como por exemplo com propostas de 485 euros por mês para trabalhar. Agora pode-se encontrar no site de classificados OLX uma procura de emprego, que carece ainda de ser verificada como real, que expõe o desespero dos arquitectos.
Veja de seguida a imagem que tiramos do site, clicando nela, onde se vê uma arquitecta a oferecer 200 euros por mês para alguém lhe dar emprego para ela ganhar experiência.
Como referimos, não podemos confirmar se isto é real, mas mesmo que não seja serve para ilustrar o estado das coisas na Engenharia Civil e na Arquitectura em Portugal.
Quando é que a Ordem dos Engenheiros, a Ordem dos Engenheiros Técnicos e a Ordem dos Arquitectos vão aparecer e defender os seus associados?
Veja de seguida a imagem que tiramos do site, clicando nela, onde se vê uma arquitecta a oferecer 200 euros por mês para alguém lhe dar emprego para ela ganhar experiência.
(clique na imagem para aumentar)
Quando é que a Ordem dos Engenheiros, a Ordem dos Engenheiros Técnicos e a Ordem dos Arquitectos vão aparecer e defender os seus associados?
Tweet
5 Comentários:
Ora como a situação está o numero de engenheiros desempregados continuará a crescer, a nossa classe terá de ir para fora (como o DR. Relvas quer) ou então deixar de exercer o curso que tirou e arriscar noutro negócio (qual não sei). Eu por mim deixarei de pagar as minhas quotas porque acho que a nossa ordem tem um papel muito invisivel (no mau sentido). Pode ser que caso todos optem por fazer o mesmo (falo dos desempregados que neste país dificilmente arranjarão emprego e nos quais me incluo muito em breve) pode ser que a ordem sinta uma tremideira. . .
Por estas e por outras, já submeti o pedido de isenção de pagamento de quotas na O.E. por estar desempregado.
eu pago muito mais do que isso para trabalhar: em 2008 criei uma empresa de serviços de engenharia, e começou tudo muito bem. Mas desde 2010 tudo começou a piorar, tenho salários em atraso desde Novembro dessse ano, e vou recebendo em pequenas quantias de 100 ou 150 € quando há dinheiro depois de pagar a todos os colaboradores, fornecedores e impostos. A maior parte dos meses não recebo, pelo que, lá em casa, falta cerca de 60% do rendimento habitual até 2008. Reduzi o salário base para um valor mais baixo que o meu primeiro emprego, em 1998/99, e ainda me dou ao luxo de esbanjar o pouco que ganhei a dar aulas por convite num mestrado que não terá efeitos práticos, mas que me foi exigido em contrapartida da meia dúzia de horas semanais de aulas, de um só semestre. Grande parte das despesas da empresa ainda são retiradas do salário do marido, quando os clientes não pagam...e isso é o prato do dia. Portanto, 1700€ por mês pago eu de certeza, que era quanto me pagavam no emprego anterior, mais carro e telemóvel e alimentação, coisa que agora é tudo por minha conta.
Porque é que continuo? porque posso reformular os meus horários de modo a dar mais apoio à família.
Sou maluca? Sim, mas mais maluco é o marido, que me vai apoiando
Vamos aguentar? Duvido, porque não sei por quanto tempo é que vai dar para chegar ao fim com o saldo da conta de casa a poucos € de roçar o negativo. Se um dia temos um imprevisto....
Temos o País que todos nós merecemos. Não vejo ninguém ir para as ruas reclamar com a situação em que vivemos.
Como sempre deixamos que as coisas aconteçam e só depois reclamamos.
Isto tem que ser feito por antecipação, como nas doenças, devemos prevenir para que elas não apareçam e mesmo que apareçam, já estamos imunizados para tal.
Por outro lado isto é um sinal do que já há muito acontece nas nossas classes técnicas, "prostituimo-nos" a preços muito baixos, já não temos respeito pelos nossos conhecimentos. Vendemos projetos e serviços por valores irrisórios, quando deviamos subir as paradas para valores reais.
Só dessa forma voltariamos a ter a importância que nos é devida........... como diz o provérbio popular..... assim, como assim, ............ pior não fica.
Juntemo-nos todos, vamos para a rua, demonstrar que os nossos conhecimentos estão acima de todas as especulações.
Cumprimentos
Completamente de acordo, vamos exigir às ordens movimentações para repor a moralidade e o respeito pelas nossas classes.
Enviar um comentário