terça-feira, 5 de março de 2013

Reabilitação necessita de incentivos e políticas adequados

Cerca de 30 profissionais de empresas do 'cluster' da construção, universidades e autarquias interessados na temática da reabilitação urbana participaram no workshop "Descortinar tendências do mercado da reabilitação vs. construção nova", promovido pela InovaDomus – Associação para o Desenvolvimento da Casa do Futuro, em Ílhavo.

Carlos Aguiar, Designer e Professor da Universidade do Porto, Humberto Varum, Professor na Universidade de Aveiro e João Salvador, Engenheiro Civil e Consultor de Engenharia, foram os moderadores da iniciativa.

Em Portugal, a reabilitação representa 5% do mercado da construção, em contraste com a média europeia que se situa nos 50%. Como contrariar este facto e aumentar a quota de mercado da reabilitação, foram temas amplamente debatidos. Defendeu-se a necessidade de "promover uma política de reordenamento urbano assente em três eixos integrados – reabilitação do edificado, promoção do emprego, turismo e lazer e políticas de mobilidade – que atraia os pólos de trabalho para os centros das cidades, trazendo funções aos centros urbanos". Paralelamente, será "também necessário adequar os regulamentos para os processos de reabilitação e manutenção do edificado".

Ainda referente a esta questão, foi apontado o mercado potencial dos edifícios habitacionais de construção mais recente (anos 70, 80 e 90) que precisam de reabilitação ou obras de manutenção. Estima-se que sejam entre 2 a 3 milhões os edifícios habitados com necessidades de melhoria. No entanto, para este mercado crescer "as pessoas terão que ser incentivadas a fazer a manutenção da sua habitação, eventualmente, com benefícios fiscais ligados à reabilitação, apesar de atualmente, a melhoria do edifício ser penalizada com a reavaliação do Imposto Municipal sobre Imóveis".

No atual contexto económico, considera-se ainda que "a reabilitação necessita, a curto prazo, de investimento público e, a médio prazo, de investimento privado que lhe possibilite uma afirmação como vetor estratégico da economia nacional".

Numa perspetiva técnica da Reabilitação, referiu-se "a dificuldade de reabilitar cumprindo, em simultâneo, os critérios de economia, eficácia, facilidade e rapidez de implementação, devido a alguns fatores, nomeadamente: a falta de qualificação dos vários agentes envolvidos na reabilitação, cuja formação está sobretudo direcionada para a construção nova; a ausência ou a realização pouco rigorosa da fase de inspeção e diagnóstico da estrutura e do seu estado de conservação; a falta de financiamento ou a disseminação insuficiente de informação sobre novos desenvolvimentos no setor da reabilitação".

Como propostas de melhoria apontaram-se "o investimento na formação contínua dos agentes envolvidos; a aposta de uma formação universitária direcionada para a avaliação e intervenção sobre a construção existente e a criação de gabinetes de apoio à reabilitação, compostos por profissionais qualificados para apoiar e orientar as fase de inspeção, diagnóstico e execução da obra".










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