sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Investimento imobiliário europeu com forte desempenho nos últimos meses

Segundo os últimos dados da Cushman & Wakefield (C&W),o mercado de investimento imobiliário europeu tem vindo a registar um desempenho forte nos últimos meses. De acordo com estes dados da consultora, as transações referentes ao terceiro trimestre deste ano registaram uma subida de 17,7% em relação ao período homólogo de 2012, sendo os melhores resultados de um terceiro trimestre desde 2007.

Os investidores continuam dispostos a comprar imóveis nos mercados mais estáveis, tendo os negócios na França, Alemanha e Reino Unido crescido acentuadamente no terceiro trimestre. Nos resultados globais, o top 3 (França, Reino Unido e Alemanha) representou aproximadamente 65% da quota de mercado de investimento imobiliário, enquanto no segundo trimestre representou 57%.

Não obstante, alguns investidores admitem estar prontos para assumir maiores riscos, procurando oportunidades noutros mercados. No primeiro trimestre, os países da Europa de Leste foram os que mais beneficiaram desta tendência, tendo registado um crescimento de 162% neste período. No segundo trimestre, os países do Sul da Europa tinham registado uma subida de 101% comparando com uma subida geral do mercado de apenas 2%, enquanto no terceiro trimestre, foram os países da Europa Central a acompanhar esta tendência, com uma subida de 179% face a uma subida de apenas 5% no mercado em geral.

Os países que mais cresceram no último trimestre foram a República Checa, a Polónia, a Holanda, o Reino Unido e a Irlanda. Nos mercados core este aumento na procura levou a uma maior estabilidade nos preços praticados, que se refletiram numa queda das yields de 8 pontos base. É expectável que estas correções sejam mais acentuadas nos próximos meses.

Quanto ao terceiro trimestre, os sectores industrial e de escritórios lideraram o crescimento dos volumes de investimento, com 19% e 18% respetivamente, enquanto o retalho caiu 10% muito devido à redução do número de oportunidades, bem como de falta de financiamento em algumas zonas. Em termos de quota de mercado, os escritórios representaram mais de 50% enquanto o industrial registou uma participação de 10% e o retalho 21%.
Os investidores estrangeiros marcaram a sua presença depois de um abrandamento na primeira metade do ano, tendo representado 43% da quota de mercado comparando com os 39% registados anteriormente. Efetivamente, enquanto os investidores nacionais retraíram 2,1% no seu volume total de transações, os estrangeiros aumentaram a sua atividade em 16% representando €15,5 mil milhões.

Em relação a Portugal, Luís Rocha Antunes, partner e diretor de investimento da C&W, afirma: “2013 foi também em Portugal um ano de recuperação para a atividade de investimento, observando-se hoje alguns sinais de retoma de confiança por parte dos investidores. A estabilização das cotações no mercado de dívida pública, influenciada não só pelos ténues indicadores de melhoria da economia portuguesa, mas também por um maior otimismo quanto ao futuro das principais economias europeias, contribuiu seguramente para estes primeiros indícios de recuperação. Isto não significa crescimento dos preços, antes pelo contrário. Significa sim, passar de um volume de transações próximo do nulo para um mercado com algum movimento, mas ainda assim muito abaixo dos volumes atingidos em meados da década passada.”.

No primeiro semestre do ano foram transacionados um total de € 161 milhões em ativos de imobiliário comercial, mais que o triplo do valor verificado de Janeiro a Junho de 2012. No terceiro trimestre ocorreram os primeiros negócios de investimento estrangeiro do ano, sendo de destacar a compra por parte da Deka do Edifício Báltico Office Centre no Parque das Nações, representativo do regresso ao mercado dos investidores institucionais.










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