Fábrica das Palavras - Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira
A Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira está situada na margem Norte do Rio Tejo, a 25 quilómetros de Lisboa e no lugar anteriormente ocupado por uma fábrica de descasque de arroz, daí a sua designação como “Fábrica das Palavras”. O projecto foi da responsabilidade de Miguel Arruda Arquitectos Associados, ficando a fiscalização da obra a cargo da Ficope, Lda. e a execução da empreitada a cargo da FML Construções, Lda. A obra teve um custo de construção de 5,08 milhões de euros.
Os aspectos mais determinantes na conceptualização da “Fábrica das Palavras” foram os seguintes:
Esta premissa altimétrica, permitiu implementar o conceito espacial do programa pretendido e ainda aceder em simultâneo à leitura visual da paisagem envolvente e do desenho urbano da própria cidade, agora criticamente observável.
A proximidade do rio, com tudo aquilo que envolve, quer pelo desfrutar do seu movimento quer pelo efeito lumínico resultante da incidência da luz solar sobre o seu curso de água, constituíram-se como valores lumínicos a contemplar no espaço interno da Biblioteca.
Com o objectivo de tornar esta Biblioteca como um espaço de efectiva fruição pelo maior número de público, quer no plano social quer etário, foram introduzidas algumas novas valências.
No piso térreo em comunicação com o vestíbulo da entrada foi criado um espaço multifuncional que pode ser usado como auditório.
No primeiro piso foi instalada uma área de cafetaria com significativo espaço envolvente de características claramente comunicativas quer em ordem aos elementos de leitura diária disponíveis (jornais e revistas) quer ao teor e diversidade de formas de estar aí existentes.
Este espaço pretendera constituir-se como um verdadeiro “lounge” da Biblioteca, comunicando ainda com um espaço para exposições, que completa a totalidade da área deste piso.
Ao nível do segundo piso foi introduzida uma área de dimensões significativa, dedicada a crianças com o intuito de pedagogicamente as familiarizar com este tipo de equipamento e por outro lado, disponibilizar aos seus familiares um apoio ocupacional qualificado.
O segundo piso (com excepção da área criada para crianças), o terceiro o quarto e quinto pisos são destinados a áreas de leitura e de consulta multimédia, com níveis de isolamento e privacidade que acompanham a sua viagem altimétrica.
A existência de uma linha de caminho-de-ferro entre a cidade e o rio constitui-se para a cidade e em particular nesta Biblioteca como um forte constrangimento urbanístico.
Com o intuito de minimizar esta situação foi criada uma estrutura metálica a 12 metros de altura e com um comprimento de 53 metros. Esta ponte arranca numa pequena torre situada do lado da cidade, fazendo uma penetração directa no edifício mas ao nível exterior do terceiro piso deste equipamento. Este percurso faz simultaneamente a ligação da cidade ao caminho pedonal ribeirinho e à própria Biblioteca no seu piso térreo.
Por forma a reforçar a orientação programática atrás referida e com a intenção de poder contribuir para um maior e mais efectiva relação dos utilizadores com o espaço, os diferentes pisos foram sobrepostos de forma intencionalmente desfasada visando garantir um claro contacto visual entre eles.
Esta sobreposição desenha um vazio de carácter vincadamente vertical que se assume como elemento perspético de referência, possibilitando uma maior e mais efectiva relação entre os utilizadores do espaço, permitindo que cada um possa ver e ser visto, tornando-se ao mesmo tempo espectador e actor.
Este “espaço vertical” é reforçado por uma ampla janela triangular, comum a todos os pisos, constituindo-se como chave de comunicação para o exterior enquanto montra e simultaneamente ecrã do seu conteúdo.
"Julgamos ainda poder considerar que a leitura do campo visual através de superfícies de expressão triangular e trapezoidal, em contraponto com os habituais quadrados e rectângulos poderá constituir-se pela diversidade de enquadramentos disponibilizados, como um factor de desenvolvimento crítico do acto de observar.
Pensamos ainda que este conjunto de opções quer de carácter programático e organizacional, quer urbanístico podem contribuir para um maior e mais efectiva democratização do espaço numa perspectiva de disponibilizar este equipamento a um conjunto mais vasto da população deste concelho, numa perspectiva da sua valorização intelectual", considerou Miguel Arruda.
Esta Biblioteca não se constitui como um fim em si mesma, mas um meio para atingir um fim ou seja, o desenvolvimento intelectual da população deste concelho independentemente do seu nível etário e social.
Veja de seguida o vídeo realizado pela Building Pictures e onde pode conhecer a Fábrica das Palavras em palavras, pelo arquitecto Miguel Arruda, e em imagens.
Créditos:
Texto: Miguel Arruda Arquitectos Associados com edição de Engenharia e Construção
Fotografias: Fernando Guerra | FG+SG
Vídeo: Sara Nunes | Building Pictures
Os aspectos mais determinantes na conceptualização da “Fábrica das Palavras” foram os seguintes:
- As características volumétricas da antiga fábrica, assim como a sua proximidade do Rio Tejo.
- A proposta de um conceito mais amplo das funções de uma Biblioteca.
- A execução de um dos dois acessos através de uma ponte metálica, destinada a vencer o constrangimento da existência de uma via-férrea entre a cidade e a biblioteca.
- A pretensão de construir um equipamento que respondesse por uma efetiva utilização dos diversos níveis sociais e etários do concelho a partir da cidade de Vila Franca de Xira.
Esta premissa altimétrica, permitiu implementar o conceito espacial do programa pretendido e ainda aceder em simultâneo à leitura visual da paisagem envolvente e do desenho urbano da própria cidade, agora criticamente observável.
A proximidade do rio, com tudo aquilo que envolve, quer pelo desfrutar do seu movimento quer pelo efeito lumínico resultante da incidência da luz solar sobre o seu curso de água, constituíram-se como valores lumínicos a contemplar no espaço interno da Biblioteca.
Com o objectivo de tornar esta Biblioteca como um espaço de efectiva fruição pelo maior número de público, quer no plano social quer etário, foram introduzidas algumas novas valências.
No piso térreo em comunicação com o vestíbulo da entrada foi criado um espaço multifuncional que pode ser usado como auditório.
No primeiro piso foi instalada uma área de cafetaria com significativo espaço envolvente de características claramente comunicativas quer em ordem aos elementos de leitura diária disponíveis (jornais e revistas) quer ao teor e diversidade de formas de estar aí existentes.
Este espaço pretendera constituir-se como um verdadeiro “lounge” da Biblioteca, comunicando ainda com um espaço para exposições, que completa a totalidade da área deste piso.
Ao nível do segundo piso foi introduzida uma área de dimensões significativa, dedicada a crianças com o intuito de pedagogicamente as familiarizar com este tipo de equipamento e por outro lado, disponibilizar aos seus familiares um apoio ocupacional qualificado.
O segundo piso (com excepção da área criada para crianças), o terceiro o quarto e quinto pisos são destinados a áreas de leitura e de consulta multimédia, com níveis de isolamento e privacidade que acompanham a sua viagem altimétrica.
A existência de uma linha de caminho-de-ferro entre a cidade e o rio constitui-se para a cidade e em particular nesta Biblioteca como um forte constrangimento urbanístico.
Com o intuito de minimizar esta situação foi criada uma estrutura metálica a 12 metros de altura e com um comprimento de 53 metros. Esta ponte arranca numa pequena torre situada do lado da cidade, fazendo uma penetração directa no edifício mas ao nível exterior do terceiro piso deste equipamento. Este percurso faz simultaneamente a ligação da cidade ao caminho pedonal ribeirinho e à própria Biblioteca no seu piso térreo.
Por forma a reforçar a orientação programática atrás referida e com a intenção de poder contribuir para um maior e mais efectiva relação dos utilizadores com o espaço, os diferentes pisos foram sobrepostos de forma intencionalmente desfasada visando garantir um claro contacto visual entre eles.
Esta sobreposição desenha um vazio de carácter vincadamente vertical que se assume como elemento perspético de referência, possibilitando uma maior e mais efectiva relação entre os utilizadores do espaço, permitindo que cada um possa ver e ser visto, tornando-se ao mesmo tempo espectador e actor.
Este “espaço vertical” é reforçado por uma ampla janela triangular, comum a todos os pisos, constituindo-se como chave de comunicação para o exterior enquanto montra e simultaneamente ecrã do seu conteúdo.
"Julgamos ainda poder considerar que a leitura do campo visual através de superfícies de expressão triangular e trapezoidal, em contraponto com os habituais quadrados e rectângulos poderá constituir-se pela diversidade de enquadramentos disponibilizados, como um factor de desenvolvimento crítico do acto de observar.
Pensamos ainda que este conjunto de opções quer de carácter programático e organizacional, quer urbanístico podem contribuir para um maior e mais efectiva democratização do espaço numa perspectiva de disponibilizar este equipamento a um conjunto mais vasto da população deste concelho, numa perspectiva da sua valorização intelectual", considerou Miguel Arruda.
Esta Biblioteca não se constitui como um fim em si mesma, mas um meio para atingir um fim ou seja, o desenvolvimento intelectual da população deste concelho independentemente do seu nível etário e social.
Veja de seguida o vídeo realizado pela Building Pictures e onde pode conhecer a Fábrica das Palavras em palavras, pelo arquitecto Miguel Arruda, e em imagens.
Créditos:
Texto: Miguel Arruda Arquitectos Associados com edição de Engenharia e Construção
Fotografias: Fernando Guerra | FG+SG
Vídeo: Sara Nunes | Building Pictures
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1 Comentário:
É lamentável não referirem quem é a outra empresa que faz parte do consórcio...Deviam referir que o consórcio é composto pela ABB (Alexandre Barbosa Borges) e DST.
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