Sismos em Portugal
Numa entrevista à RTP, o professor doutor Mário Lopes, investigador no Instituto Superior Técnico (IST), especialista em engenharia sísmica, afirma que passou 14 anos confrontando os políticos com a necessidade de se implementar novas medidas ao nível da construção sísmica e alterar a legislação a esse nível mas foi um esforço infrutuoso, a maior parte das vezes os projetos nem sequer chegavam às entidades superiores ou não chegavam a ser aplicados.
A lei 32/2012 diz que numa obra de reabilitação urbana não é preciso respeitar a legislação posterior à construção original, ou seja, para qualquer edifício cuja construção original seja anterior a 1958, como a legislação tinha grau zero de exigência de proteção sísmica, pode continuar a ser zero. Em 1988, a Comissão Europeia desenvolveu regulamentos a aplicar na Europa, entre os quais, o regulamento da atividade sísmica adotado em Portugal. Até hoje, o regulamento continua em vigor, contrariamente à Grécia e à Itália que procederam a sua atualização.
Sem regulamentos atualizados, sem fiscalização da construção “faz com que só trabalhe bem quem tem consciência e competência para o fazer. Se não tem pode aldrabar o projeto que não há consequências nenhumas até vir o sismo. A consequência é que nós temos de tudo: construções boas de primeiro mundo e, ao lado, pode ter um edifício igual, mas que é um baralho de cartas que se desfaz com o primeiro abanão.”
Não havendo grandes desenvolvimentos na luta do Dr. Mário Lopes, este optou por tomar uma atitude passiva, partilhando o seu conhecimento aos seus alunos, em palestras e em projetos de investigação com o intuito de que haja uma mudança no futuro.
Desta atitude nasceu o projeto Knowrisk que se trata de um programa financiado pela União Europeia e que tem como objetivo principal difundir informação para os cidadãos sobre as matérias relacionadas com os sismos. Será criado um portefólio e um guia de procedimentos com um conjunto de instruções para ajudar as pessoas a identificar os riscos e algumas medidas simples e baratas para reduzir esses riscos, pois basta um sismo mediano para que, mesmo numa boa construção, os perigos relacionados com o recheio dos edifícios, possam causar não só danos económicos como também danos humanos.
O professor do IST, deixa o alerta dizendo que “As últimas grandes catástrofes têm estado afastadas daqui. Mas temos a certeza absoluta que a sorte não dura para sempre.”
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Artigo escrito por Catarina Vicente.
A lei 32/2012 diz que numa obra de reabilitação urbana não é preciso respeitar a legislação posterior à construção original, ou seja, para qualquer edifício cuja construção original seja anterior a 1958, como a legislação tinha grau zero de exigência de proteção sísmica, pode continuar a ser zero. Em 1988, a Comissão Europeia desenvolveu regulamentos a aplicar na Europa, entre os quais, o regulamento da atividade sísmica adotado em Portugal. Até hoje, o regulamento continua em vigor, contrariamente à Grécia e à Itália que procederam a sua atualização.
Sem regulamentos atualizados, sem fiscalização da construção “faz com que só trabalhe bem quem tem consciência e competência para o fazer. Se não tem pode aldrabar o projeto que não há consequências nenhumas até vir o sismo. A consequência é que nós temos de tudo: construções boas de primeiro mundo e, ao lado, pode ter um edifício igual, mas que é um baralho de cartas que se desfaz com o primeiro abanão.”
Não havendo grandes desenvolvimentos na luta do Dr. Mário Lopes, este optou por tomar uma atitude passiva, partilhando o seu conhecimento aos seus alunos, em palestras e em projetos de investigação com o intuito de que haja uma mudança no futuro.
Desta atitude nasceu o projeto Knowrisk que se trata de um programa financiado pela União Europeia e que tem como objetivo principal difundir informação para os cidadãos sobre as matérias relacionadas com os sismos. Será criado um portefólio e um guia de procedimentos com um conjunto de instruções para ajudar as pessoas a identificar os riscos e algumas medidas simples e baratas para reduzir esses riscos, pois basta um sismo mediano para que, mesmo numa boa construção, os perigos relacionados com o recheio dos edifícios, possam causar não só danos económicos como também danos humanos.
O professor do IST, deixa o alerta dizendo que “As últimas grandes catástrofes têm estado afastadas daqui. Mas temos a certeza absoluta que a sorte não dura para sempre.”
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Artigo escrito por Catarina Vicente.
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