Porque deixou de ser comum construir em terra?
A construção em terra era uma realidade no nosso pais à cerca de 100 anos, ou mesmo menos tempo. Em termos regional onde se utilizava mais era no Algarve, Alentejo, Ribatejo, zona de Castelo Branco e na zona aluvionar do baixo Douro (Aveiro).
Em termos de tecnologias mais utilizadas, encontramos, tanto a taipa, adobe, tabique e por vezes o BTC (alvenaria com blocos de terra).
A tipologia de edifícios em que era utilizada, era diversa. Desde castelos e muralhas defensivas, na zona abaixo do rio Tejo, Palácios (por exemplo o de Vila Viçosa), Igrejas, pavilhões industriais e agrícolas, monumentos, até às comuns habitações.
Em termos ambientais apresentam diversas vantagens:
- Não existe consumo de energias não renováveis;
- Usualmente o material é local, por isso o transporte não existe;
- Não existem subprodutos do processo de construção;
- É inteiramente reciclável, pela própria natureza.
Se analisarmos em termos económicos podemos considerar:
- O investimento não é elevado, sendo a estrutura de produção ligeira, em termos de meios a afetar;
- Reduzido consumo de matéria-prima que não seja a terra;
- Existe uma economia energética, tanto na produção como no transporte.
Em relação aos aspetos técnicos, temos:
- Elevada inércia térmica;
- Funcionamento bioclimático de conforto dos espaços;
- Elevada massa;
- Equipamentos simples para a construção;
- Longevidade elevada com uma manutenção simples e reduzida.
Por fim em termos culturais e humanos, podemos verificar:
- Utilização de materiais locais;
- Possibilidade de intervenção direta da população;
- Ausência de efeitos nefastos à saúde na utilização e ocupação.
Contudo nos últimos 50 anos a sua utilização com forma de construção foi sendo reduzida ou talvez apenas por interesse de poucos donos de obra? Porquê? O que levou esta situação?
- Talvez a necessidade de utilização de grande quantidade de mão-de-obra;
- Não existência de compatibilização da regulamentação atual com esta realidade (em especial de eficiência energética);
- Ter existido um aumento logarítmico da construção que levou à utilização de processos construtivos mais céleres (fast construction).
Estando agora Portugal numa fase de abrandamento da indústria de construção (nova), não se perspetivando nenhuma alteração súbita da realidade, considero que podia ser uma fase para (re)pensarmos a construção, os processos construtivos… Podemos ter uma realidade de construção tradicional com aplicação de algumas técnicas inovadoras, será este o caminho?
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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.
Em termos de tecnologias mais utilizadas, encontramos, tanto a taipa, adobe, tabique e por vezes o BTC (alvenaria com blocos de terra).
A tipologia de edifícios em que era utilizada, era diversa. Desde castelos e muralhas defensivas, na zona abaixo do rio Tejo, Palácios (por exemplo o de Vila Viçosa), Igrejas, pavilhões industriais e agrícolas, monumentos, até às comuns habitações.
Em termos ambientais apresentam diversas vantagens:
- Não existe consumo de energias não renováveis;
- Usualmente o material é local, por isso o transporte não existe;
- Não existem subprodutos do processo de construção;
- É inteiramente reciclável, pela própria natureza.
Se analisarmos em termos económicos podemos considerar:
- O investimento não é elevado, sendo a estrutura de produção ligeira, em termos de meios a afetar;
- Reduzido consumo de matéria-prima que não seja a terra;
- Existe uma economia energética, tanto na produção como no transporte.
Em relação aos aspetos técnicos, temos:
- Elevada inércia térmica;
- Funcionamento bioclimático de conforto dos espaços;
- Elevada massa;
- Equipamentos simples para a construção;
- Longevidade elevada com uma manutenção simples e reduzida.
Por fim em termos culturais e humanos, podemos verificar:
- Utilização de materiais locais;
- Possibilidade de intervenção direta da população;
- Ausência de efeitos nefastos à saúde na utilização e ocupação.
Contudo nos últimos 50 anos a sua utilização com forma de construção foi sendo reduzida ou talvez apenas por interesse de poucos donos de obra? Porquê? O que levou esta situação?
- Talvez a necessidade de utilização de grande quantidade de mão-de-obra;
- Não existência de compatibilização da regulamentação atual com esta realidade (em especial de eficiência energética);
- Ter existido um aumento logarítmico da construção que levou à utilização de processos construtivos mais céleres (fast construction).
Estando agora Portugal numa fase de abrandamento da indústria de construção (nova), não se perspetivando nenhuma alteração súbita da realidade, considero que podia ser uma fase para (re)pensarmos a construção, os processos construtivos… Podemos ter uma realidade de construção tradicional com aplicação de algumas técnicas inovadoras, será este o caminho?
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Artigo escrito por Susana Lucas do SEIbySusana.
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