quinta-feira, 22 de março de 2018

A utilização da cortiça na construção

No dia de ontem, dia 21 de Março, celebrou-se o Dia Mundial da Árvore e também a vitória de Portugal no concurso “Árvore Europeia do ano 2018”, cujo vencedor foi o sobreiro de seu nome “Assobiador”. Oriundo da região das Águas de Moura, no Alentejo, o seu nome advém do som gerado pelos inúmeros pássaros que pousam nos seus ramos. Este sobreiro tem 234 anos e está classificado como Árvore de Interesse Publico desde 1988 e inscrito no Livro de Recordes do Guinness como "o maior sobreiro do mundo".

Neste concurso participaram 13 árvores de vários países. O 2º lugar pertence à vizinha Espanha com o Ulmeiro Ancestral de Cabeza Buey e o terceiro lugar ficou entregue à Rússia com um Carvalho denominado “O Ancião das Florestas de Belgorod”.
Podem consultar o site oficial da Árvore Europeia do Ano 2018 para conhecer as histórias das árvores concorrentes.

O sobreiro é a árvore da qual se extrai a cortiça, matéria-prima que dá origem a uma infinidade de produtos.

O “Assobiador” é detentor de mais de 14 metros de altura e 4,15 metros de perímetro do tronco e, desde 1820, já foi descortiçado mais de vinte vezes. Em 1991, o seu descortiçamento resultou em 1200 kg de cortiça, mais do que a produção registada pela maioria dos sobreiros em toda a sua vida. Só esta extração deu origem a mais de cem mil rolhas.

Neste momento, Portugal produz 157 000 ton de cortiça, cerca de 53 % do total mundial. Cerca de 33% da área mundial do sobreiro está em território com uma área que ronda os 737 000 hectares.

Quanto às suas propriedades, trata-se de um produto ecológico por ser 100% natural, renovável e biodegradável. É um produto leve, flexível, resiliente, impermeável, resistente ao uso e com coeficiente de atrito elevado. Ao nível de isolamento térmico apresenta uma baixa condutividade e ao nível acústico é totalmente aconselhável devido à absorção do som por reverberação. Apresenta também propriedades hipoalergénicas, pois não absorve o pó e contribui, portanto, para proteger contra as alergias.

As soluções desenvolvidas para a utilização da cortiça na construção civil são imensas. É possível incluí-la em todas as fases de construção e reabilitação de edifícios, desde a impermeabilização e antivibráticos para as infraestruturas, fundações e subpavimentos, passando ao isolamento acústico e térmico e terminando com opções de revestimento final de solos, paredes e tetos interiores, fachadas e coberturas, com visuais modernos e distintos.

Exemplo disso tem-se o Pavilhão de Portugal na Expo Xangai 2010.
Construído com 5500 m2 de cortiça cedida pela Corticeira Amorim, o pavilhão de Portugal na Expo 2010 Xangai surpreendeu pela sua originalidade. O projeto, do arquiteto Carlos Couto, foi desenvolvido em sintonia com o conceito “Better City, Better Life” (Melhor Cidade, Maior Qualidade de Vida), ao apoiar-se na cortiça como solução para a construção ecológica do futuro.
Os materiais da Corticeira Amorim foram aplicados como elemento estético, nos revestimentos interiores e em soluções técnicas. Na fachada foram usados 3640 m2 e mais de 28 ton de aglomerado de cortiça expandida, da Amorim Isolamentos, considerado a solução de isolamento mais ecológica do mundo. Nos locais de visita e em zonas protocolares foram aplicados 1100 m2 de revestimentos Wicanders®, da Amorim Revestimentos, com visual de cortiça. Nos escritórios, foi usada a linha Woodcomfort (cortiça com visual de madeira). Para soluções técnicas de isolamento foram instalados 780 m2 de Acoustic Core Materials (cortiça com borracha), da Amorim Cork Composites.

O Pavilhão de Portugal ganhou o Prémio de Design, atribuído pelo Bureau International des Exhibitions, e o prémio de Arquitetura para o Melhor Projeto Público, numa votação dos subscritores do Jornal Construir.
Nesta época de férias, se ainda não decidiu o seu destino para um descanso merecedor, explore este tema em território continental e disfrute do Ecork-Hotel Évora. O seu edifício principal está revestido em cortiça e é o 1º hotel do seu género a ser certificado em Portugal.

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Artigo escrito por Catarina Vicente.










1 Comentário:

Carlos Manuel Rosa disse...

Valorizar e desenvolver as matérias primas Nacional.

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